agora é mais a sério

O dia da Mãe já não está muito longe, e lembrei-me de pintar uma tela para a minha sogra. O meu santo marido escolheu o quadro para eu tentar copiar. Tem um certo nível de dificuldade, mas ao mesmo tempo é uma técnica diferente, e que queria experimentar também. Vamos ver no que dá.

Hoje sinto-me derrotada pela vida. é o tempo a passar, e eu vou ficando para trás. Tenho dois filhos lindos, um marido maravilhoso... Mas falta-me algo, e a pintura não preenche esse vazio. Mas ajuda...

Já pintei o Botero!! Não ficou grande coisa, diga-se de passagem, mas deu para aprender umas coisas. A mulher saiu até bastante bem, mas o homem, nem por isso. Pintar caras nunca foi o meu forte, e a imagem que usei para me basear não tinha pormenor suficiente para passar para a tela, pelo que acabou por ser a olho. A mão, nem se fala! A dela ficou engraçada, com as unhas pintadas e tudo, e acho que o movimento do laço foi bem apanhado.

Para quem nunca fez cursos de pintura ou coisa do género,, acho que até me tenho safado mais ou menos bem.

Agora, não sei no que hei-de pegar a seguir. E o problema é mesmo ter muito por onde escolher. Acho que vou já para a bailarina. Não parece muito difícil, e até já está traçada na tela. Logo se vê, hoje não estou muito inspirada. É segunda feira e basta...

segundas feiras

Cá estou eu, na minha sensação de inutilidade típica das segundas feiras. A perspectiva de mais uma semana sem nada concreto para fazer é cortante...





Pintei mais uma tela este fim de semana. Pequenita, 18cm por 24cm. Mas ainda deu o seu trabalho, porque escolhi uma tela de caixa dupla, e prolonguei a pintura pelas laterais e topos. Mas valeu a pena o esforço. Dou bastante valor a esta tela, pq, apesar de ter "roubado" o desenho a uma que enontrei na net, as cores não têm nada a ver com o original. O primeiro é o meu, e o segundo o que serviu de inspiração. É uma grande diferença, para melhor, penso.

Mas agora quero pintar um à escolha do meu marido. E arranjei uma série de fotos e quadros que adoro, para ele poder escolher. E não é que foi escolher o mais difícil de todos?!?!?!?!?

Mas antes deste, ainda tenho 3 em fila de espera, a bailarina para a pequenita,

o meu Botero, que adoro,

e uma foto que tirei ao casario da sé para pôr na entrada da minha casa.

E como estou desempregada mesmo... O tempo lá vai sobrando. Ainda por cima, depois de um fim de semana de sol glorioso, hoje tá um frio tremendo, e até chove. Nem apetece sair. Se a minha avó me der paz (coisa que não sabe fazer) pode ser k volte aos pincéis.

Quem diria...

No Sábado passado resolvi ir para a mata dos meus sogros apanhar pinhas e galhos para fazer brasas lá em casa. Peguei na machada e nuns sacos, e toca a andar. Até aqui, tudo normal, se não me tivesse lembrado de ir ao fim do dia!! Na boa, enquanto tive luz, apanhei o que pude. Quando deixei de ter, atei os galhos, liguei a lanterna do telemóvel e toca a apanhar meia dúzia de pinhas. A pikena, que lembro, com 5 anos e meio, pega na machada e segue atrás de mim. Aquela medrosa armada! "Filha, para que é isso? Não vamos precisar!". E muito inteligentemente responde "É para te proteger. Se vier o Lobo Mau, eu mato-o!".

Protecção já tinha ;).

Mas no Domingo, lá continuou a febre, e voltei aos galhos, que tinha estado vento e havia muito galho seco espalhado. Lá andava eu, em pleno meio dia, em top de alças, de machada, a partir ramos e galhos. e a garota "ó mãe, tou tão cansada.... Acho que vou descansar um bocadito" E lá foi outra vez a mãe apanhar as pinhas, até que ela dá um grito "Tá aqui um bicho comprido a andar" E eu, cá para mim, "já me foi acordar alguma cobra!!" Fui ver, um longo carreiro de lagartas dos pinheiros à volta de um tronco. Expliquei-lhe o que era, e daquela alma que tem medo de tudo o que mexe, sai "É tão lindo!".

Mas pronto, lá fomos as duas com a lenha, as pinhas e sem qualquer reacção às ditas lagartas. Eu a carregar com tudo, e ela com a machada, claro, não fosse aparecer o Lobo Mau!!).

6ª feira da quaresma

E numa casa onde se leva isso tudo a preceito, acabo de comer pão com fiambre!!!! Sem comentários.
Tive que voltar à minha dieta. No ano passado perdi 10 quilos em menos de meio ano. Mas já estou a recuperar alguns. Lá voltei ao pão integral, fiambre de frango, muita água e corpos danone. E, claro, saladas à fartura.
o que vale é que a proalimentar tem uma bolachitas de chocolate para ir compensando alguma "necessidade". Mas não deixa de ser um desconsolo, claro.

tela à la minute

Como o meu pai lhe chamou.

A verdade é que nunca tive a intenção de a pintar num único dia. Mas quado cheguei a meio da tarde e olhei para ela, pensei "se mexo mais, estrago!". E assim pintei um quadro em meio dia.

Também, com 24cm por 30cm, não é difícil.

Já o pus na parede. Simulei um passe-partout para não a sujar de tinta. Ficou lindo. Agora tenho o resto da casa para encher.

Mas nem por isso o espírito espevitou. A sensação de inutilidade não me larga.

Não sirvo para trabalhar, a avaliar pelo meu tempo de desempregada. Como dona de casa também não sou grande coisa, e muitas vezes ponho em causa se serei boa mãe. Não é fácil lidar com tudo isto, é um conflito muito grande cá dentro.

Mas entre estas dúvidas existenciais, que consigo esquecer quando estou com os pincéis e as telas, tento lembrar que há quem esteja bem pior do que eu. O mundo é injusto, a vida ingrata... Mas está sempre a rodar.

Há umas semanas, a minha tia de Lisboa trouxe com ela uma amiga para passar uns dias, a Maria. Foi óptimo conhecê-la. Já andava com o "bichinho" da pintura a querer emergir, mas aquelas duas conseguiram que ele saísse. A Maria pintou uma tulipa para mim, que ainda fresca fiz questão de pôr na parede. Aprendi muito com ela. E ela ficou num lugar especial no meu coração. Todos os dias me lembro dela, e espero que tenha um dia melhor que o anterior. A vida não lhe tem sido fácil. E ainda eu me queixo!!

Bjos, Maria!!

Tenho o meu favorito à espera. Quando peguei pela primeira vez numa tela para tentar copiar um quadro, pensei " a copiar, vou tentar o meu favorito". Na altura, muito pouco sabia de pintura. Agora, olho para ele, meio começado, e penso "deixa-te estar, ainda não estou pronta para ti". Mas hei-de pintá-lo!

nem imaginava no que me ia meter...

Já tinha blog neste site. Mas como há já muito muito tempo que não lhe pegava, acabei por me esquecer qual era... E então, criei um novo.

Não que tenha muito para contar. Afinal, sou mais uma desempregada a arranjar com que ocupar o tempo, que quase sempre vai sobrando, e que no final acaba por passar tão rápido.

Sempre tive um gosto especial pelas artes. Desde pequena que sempre desejei ligar-me a elas. Secretamente, gostava de ser bailarina, mas não tinha físico para isso. E fui sonhando. Ainda hoje um bailado dificilmente não me comove.

Depois, com a entrada para o 5º ano, e a perspectiva de ter uma disciplina de música e outra de EVT, pensei que ia ser fantástico. Pura ilusão. Além de terem sido dois anos perfeitamente estúpidos (estava na turma dos filhos dos senhores fulanos de tal e coisa), em que nunca me integrei, até gostava bastante da música, mas a prof. de EVT não gostava de mim, e chegou a dar-me negativa no fim do periodo. Enfim, coisas da vida.

Mudando para o liceu, acabou-se o EVT, acabou-se a música... Mas começou o Conservatório. Fantástico, era o sonho a realizar-se... Não fosse eu querer aprender piano e não haver vaga. Então, optei pela guitarra clássica, que ainda hoje vou dando uns toques (quando a garotada sossega, claro). Mas os meus pais inscreveram-me em violino. Talvez tenham sido os 3 anos mais frustrantes da minha adolescência. Como se não bastasse continuar na turma dos filhos dos senhores fulanos de tal e coisa, tinha que 2 vezes por semana fazer romaria até ao conservatório para ter uma hora de aula que acabava por ser de meia. Mas muito bem paga, diga-se de passagem. Coincidia com a hora do lanche do doutor. Era óptimo professor, mas acho que a frustração dele ainda veio antes da minha. O violino é daqueles instrumentos que, ou se nasce para ele, ou nem vale a pena tentar...

Essa frustração atenuava-se nas aulas de formação musical e canto coral, que adorava. Era a mais velha na formação, eu com 13 ou 14 e os outros com 8 e 9. Mas era engraçado. O coral, sem palavras...

No 9º ano, artes. Mas com um péssimo prof. de EVT, não deu para aprender nada.

Entrei na minha primeira exposição. É uma sensação muito boa, ver gente a apreciar o produto do nosso trabalho.

10º ano, letras. Graças à directora de turma, que na hora da matrícula deu-nos a volta à cabeça. Só eu sei o que me arrependo...

Findo o secundário, que foi terrível para mim em vários sentidos, o superior.

Burra, mais uma vez, deixo-me convencer a candidatar para Comunicação Social, quando tinha entrado na Univ. de Aveiro no curso que realmente gostava, e com a melhor média.

Foram 5 anos perdidos, pois 6 anos e meio depois continuo em casa. Vou a uma entrevista "falta de qualificações".

O centro de emprego só me chama para cursos, que no final para nada me valem. Depois de 6 cursos tirados, incluindo formação de formadores ouço "excesso de qualificações". Nem para uma caixa de supermercado sirvo, pelos vistos.

Mas como tristezas não pagam dívidas, vou-me dedicando às artes.

Auto-didacta, claro. Pinto gessos, marfinites e agora telas. Comecei a pintar a óleo, e estou a gostar muito. vamos ver no que dá. Futuro pior que o passado não é fácil...

Esta foi a primeira tela que pintei a óleo. Ainda tá meio fresca, mas já está na parede.